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Laura Berbert

Receptiva para o céu ativa para a terra

por Dani Maura

Escrevo para registrar as simultaneidades e tenho dificuldade em escrever, porque não consigo dar conta delas (simultaneidades). A mesma coisa que me estagna pode ser o que me impulsiona.

Diante das palavras, do encontro, das imagens, como amplificar as sensações do corpo?
As janelas deixam entrar pequenos respingos de uma chuva constante, como se o horizonte invadisse a casa.
Quanto tempo dedicar para a convivência com as palavras-imagens-encontros?
Respiro e tento me acalmar ao mesmo tempo em que acolho um gato preto ao lado do peito. Ele tenta dormir dentro de um abraço e acorda quando digito as letras localizadas mais ao centro do teclado.
Na escrita, escuta, leitura, como aprender sobre si?
Paro para sentir qual gosto tenho na boca, reparo que está seca.
Que prática, experiência, amplia sua percepção?
Escuto o som das rodas dos carros no asfalto úmido.
Como, em uma dança, aprender a língua de cada um-outro-coisa?
Busco criar espaços dentro, lembro dos quatro ou cinco diafragmas.
O coração é um tradutor?
Penso nas pessoas que estavam aqui.
A tradução é uma espécie de atenção aos encontros?
Sinto o peso do corpo sobre o colchão, como uma queda.
Tradução seria um outro nome para criação?
Escrevo de ponta-cabeça e falta sangue no pé direito.
Como uma força se manifesta em uma linguagem ou em outra e pode dizer da essência de si mesma, de alguém e das linguagens?
Uma dor sobre os olhos parece um encontro-atrito entre o pensamento e a visão.
Sabe quando uma conversa evoca suas memórias e sonhos mais significativos?
Lembro de você, das nossas risadas permeando pontos de intensidade/densidade.
Quais as imagens-memórias do seu vocabulário de corpo-pensamento?
Falei sobre cabelos embaraçados e sobre como eles atrapalham e colaboram com a escrita. E o que é evocar? Chamar, tornar presente, verter agora?
Também quero me recordar de tudo, e às vezes quase consigo, mas depois o que fica é o vazio dilatado.
Ver é vislumbrar?
Há também muito o que esquecer.
O que há no entrever, que amplia a vista?
Persistem, por exemplo, os cheiros.
O que e como eu leio?
Cada trecho de pele tem um olho.
Percebo as muitas escalas em que uma força ou combinação de forças se manifesta.
Um amigo me disse, ontem, sobre as peles internas.
Uma realidade é aquilo que acontece em várias escalas de espaço e tempo?
Me disse também sobre os halos.
Justamente por ser realidade, ela ganha muitos corpos?
E que não acredita existir realidade.
Realidade é o que em si não se cristaliza?
Vou perguntar o porquê.
Louvar o tempo é, dentre outras coisas, permitir-se conviver com boas perguntas?

Encontrar você me faz lembrar das palavras-imagens que se repetem em nosso mundo interior e que de tão constantes são silenciosas. De repente ouvimos alguém dizer aquilo que é mínimo monumental. Talvez estes sejam poetas.

Sobre uma prancha de madeira crua, vista do alto, cor clara, de formato retangular e orientação horizontal, estão dispostos: à esquerda e acima, um relógio de sol de formato octogonal, com desenhos geométricos em sua superfície que é feita de madeira, cor clara, e madrepérola branca; logo abaixo, sobre uma folha de papel branca, retangular e de orientação horizontal, esboços do relógio dispostos em duas fileiras de três quadrados cada; mais abaixo, um caderno pautado aberto, sendo que na página esquerda há um desenho de um relógio de sol e sobre ele uma vela acesa, que funciona como eixo, ocupando o centro do desenho circular. Acima, ocupando o centro e a direita da prancha, uma sequência de três fotografias que mostram o relógio de madeira sobre um chão de rocha e sob o sol, em pontos de vista e, portanto, escalas diferentes. Por fim, abaixo, centralizado no espaço livre, dentro de um retângulo de linhas finas e brancas, há um círculo desenhado diretamente sobre a madeira, dentro dele um grid e em sua base uma haste de madeira, que serve como ponteiro, e dela partem amplas linhas que se espalham pela área do retângulo como raios.
Mesa para luz, 2014
Técnicas variadas: desenho sobre madeira, impressão em carbono sobre papel, caderno, relógio de sol e vela. 90x70 cm
Uma vela ilumina com uma luz quente o primeiro plano. Atrás, um fundo escuro, no alto, acima da silhueta de folhagens de altas árvores, uma pequena área de céu azul escuro. Abaixo, sobre a imagem, em amarelo, a legenda: O dia está ao meio, suspenso - interior exterior.
Evento luminoso I, 2014
plano sequência impresso em jato de tinta sobre papel
Sobre um fundo preto, à direita, uma vela, apoiada sobre uma base cilíndrica, com a chama inclinada para a esquerda, ilumina com uma luz quente o primeiro plano. Há alguns objetos equidistantes da vela, destacando-se uma régua de metal logo à frente. Abaixo, sobre a imagem, em amarelo, a legenda: Transcorreu pelos modos geométricos, pois nem mesmo houveram horas.
Evento luminoso I, 2014
plano sequência impresso em jato de tinta sobre papel
Ocupando a maior parte do plano, há um caderno com linhas quadriculadas; sobre ele, à esquerda, uma vela, apoiada sobre uma base cilíndrica, se encaixa no desenho de uma circunferência, cuja metade superior está dividida por várias linhas, como raios. A luz da chama delimita uma área de maior luz frente à sombra que emerge do fundo. Abaixo, sobre a imagem, em amarelo, a legenda: Copérnico diz: - Nesta região os dias desaparecem sem deixar nenhuma réstia inútil.
Evento luminoso I, 2014
plano sequência impresso em jato de tinta sobre papel
Sobre um plano escuro duas velas acesas: à esquerda e ao alto, uma vela mais estreita, apoiada sobre base cilíndrica e iluminando com uma luz quente um círculo ao seu redor. Próxima do centro, à direita, uma vela mais larga, envolta pelo escuro. Abaixo, sobre a imagem, em amarelo, a legenda: É como se torna possível uma das hipóteses da passagem.
Evento luminoso I, 2014
plano sequência impresso em jato de tinta sobre papel
À esquerda e no alto, um caderno aberto; na página da direita, ao alto, um texto manuscrito, cor preta, ocupando a terça parte da folha, abaixo o fantasma da escrita da página anterior. Na página ao lado, em linhas pretas e sobre fundo composto por texturas de linhas, o desenho de um plano que se desdobra da parede, inclinando-se como uma bancada, e segue para o chão. Abaixo uma sequência de quatro desenhos, estreitos, sendo da esquerda para a direita: sobre fundo cor azul clara e intensa, a partir de uma base, como uma pequena mesa, se desdobra para cima um plano nas mesmas proporções da base; na segunda imagem, o plano se desdobra em três partes, sendo uma para o alto e uma para baixo; na sequência, um desenho semelhante, porém em um tom mais claro e com linhas autônomas, representando a possibilidade de reposicionamento dos planos central e inferior; finalizando, sobre chão escuro, cor preta, uma variação da segunda imagem desta sequência. À direita, de formato retangular e orientação vertical, uma fotografia apresenta a realização dos projetos desenhados e anteriormente descritos: planos de madeira se desdobram de uma base levemente inclinada para baixo, um plano para cima e dois para baixo, sendo que um deles se estende sobre o chão. Sobre o plano, paralelo à parede, à direita, destaca-se um candelabro com uma vela acesa, sobre a madeira há sequências de fotos e desenhos. No primeiro plano inclinado, estão dispostos, em duas colunas de três linhas, seis pequenos papéis de formato retangular, todos cor clara com inscrições em azul, com exceção do que está na base e à direita, que é escuro. Abaixo da composição uma fileira de pequenas fotografias, em que se destacam a cor azul; na lateral direita, de formato retangular e orientação vertical, um desenho, com fundo azul, revelando textura de linhas, de uma lua cheia, no alto e ao centro; abaixo e no canto, à direita, uma estátua. No plano intermediário, entre a bancada e o chão, à direita, há dois desenhos circulares, cor azul, sobre papel milimetrado e, à esquerda, uma pequena fotografia preto e branca. Sobre o plano do chão, no alto e à esquerda, uma sequência de três pedras brutas e um caco de cerâmica, contidos por um retângulo de contorno cor branca; abaixo, uma sequência de fotografias preto e brancas mostrando um quintal e paisagens com árvores; na lateral direita e acima, um caderno aberto que revela na página à esquerda um texto e, à direita, um esboço, em linhas pretas, do dispositivo de montagem.
Tudo forma uma rotação luminosa, 2015
Técnicas variadas: planos em madeira, desenho, impressão em carbono e folha de prata sobre papel, pedras, cacos de porcelana e vela. Dimensões variadas.
Na lateral superior, à esquerda, sobre uma base de madeira cor clara, há uma sequência de três pedras brutas e um caco de cerâmica, que estão contidos por um retângulo de contorno cor branca. Abaixo, há uma sequência de fotografias preto e brancas, sendo que a primeira mostra um quintal e as outras paisagens com árvores, que aparecem como silhuetas escuras sob céu claro. Na lateral direita e acima, um caderno aberto revela, na página à esquerda, um texto e, à direita, um esboço, em linhas pretas, de um dispositivo de montagem, que se desdobra em quatro planos e se inicia na parede, inclinando-se como uma bancada, e segue para o chão.
Tudo forma uma rotação luminosa, 2015
(detalhe)
Uma fotografia retangular de orientação vertical mostra a vista superior de uma mesa de trabalho, que tem no primeiro plano uma sequência de fotografias do céu de uma cidade, sobrepostas, duas se destacam mais acima; há ainda, à direita, papéis, desenhos, rolo de fita adesiva. Destacam-se desenhos e anotações que estão dispostos na parede diante da mesa. Apoiando-se na mesa e na parede, ao centro, dois desenhos feitos em azul sobre fundo branco: um torso, com as mãos espalmadas para cima; no outro desenho, braços ao lado de um corpo, e sobre as mãos se sustentam, no espaço, duas centelhas. Mais à direita, sobre fundo azul, está representada, em seus volumes, uma mão que segura um copo, como se o ofertasse a alguém que está à frente. Acima dele o símbolo yin-yang, que se repete mais acima, em tamanho menor, estando localizado abaixo de um texto. Destaca-se um retângulo de azul intenso à direita, de cor similar a um desenho de céu que está na área central e ao fundo da mesa.
foto ateliê, 2016
Em linhas simples, um esboço para montagem de um trabalho. Acima, a inscrição proposta de montagem_diálogo de temperanças, cor preta, abaixo uma linha horizontal, cor azul, determinando a largura de dois metros. O chão é azul, feito de uma soma de linhas de diferentes direções. Sobre ele, o desenho de uma mesa quadrada, com pés que se assemelham a cavaletes; sobre a mesa, um pequeno quadrado e, acima dele, a inscrição carta de estudo. Ao lado da mesa e acima, nas paredes, de cada lado, o desenho de um monitor com a inscrição vídeo I, à esquerda, e vídeo II, à direita. Seguindo a margem da mesa, na parede, à direita, três retângulos, de orientação horizontal, alinhados, um acima do outro, e acima a inscrição tríptico fotográfico; à direita, duas colunas com três retângulos cada e, acima, a inscrição coleção desenhos.
projeto de vir a céu
Uma fotografia retangular de orientação horizontal apresenta uma sala de chão cor escura, parede branca e luz quente. No centro da parede há uma composição com vários desenhos e alguns escritos, todos em cor azul escura, sobre papéis brancos ou cor creme. Abaixo da composição, destaca-se um desenho e, na frente dele, no chão, há uma pequena pilha de papéis. De cada um dos lados, próximo à parede, há um pequeno móvel de madeira cor clara e desenho simples, sobre cada um há um pequeno aparelho de tv; à direita aparece a cena de um vídeo com céu azul escuro intenso, sugerindo o anoitecer ou o amanhecer, com um alto prédio no centro; à direita, sobre um fundo escuro, destacam-se dois círculos de luz intensa. Na frente de cada tv há um pequeno banco de estrutura similar às mesas de apoio, e sobre cada um repousa um fone de ouvido.
Vir a céu, 2016
Técnicas variadas: impressão de carbono sobre papéis variados, reprodução do desenho do arcano da temperança em cartaz impresso em offset azul, vídeos (vídeos que compõem o trabalho: encher & esvaziar e olhar a serra. belo horizonte, abril-novembro 2016); painel de desenhos - 2,40x1,60m
Sobre uma parede branca, com luz quente, uma composição com vários desenhos e alguns escritos, todos em cor azul, sobre papéis brancos ou cor creme. Representados sobre diferentes suportes de variadas dimensões e em diferentes tons de azul, destacam-se: à direita e abaixo, sobre papel quadrado e fundo escuro, uma onda circular espiralada; acima e à direita, um fundo escuro e uma massa branca; mais à esquerda, um torso, com as mãos espalmadas para cima, ao lado do corpo e sobre as mãos se sustentam no espaço duas centelhas; no alto, uma sequência de paisagens urbanas noturnas; ao centro, um pequeno desenho com linhas representando o comprimento de ondas, sobre fundo branco; ao lado, com a mesma materialidade, um desenho de um par de mãos com alguns eixos lineares dentro; mais à direita, sobre uma folha pequena, retangular e de orientação vertical, está representada uma vela acesa sobre um castiçal; abaixo, coincidindo com o centro da composição, um crisântemo, uma outra pequena flor; à direita e abaixo, e um conjunto de três flores também menores; à esquerda e abaixo, sendo que estão distribuídas de maneira espaçada, sobre um fundo azul médio, cuja textura cria em volta das flores um movimento radial; logo abaixo, emerge de um fundo escuro o desenho de uma pessoa que segura um pequeno espelho que reflete seus olhos e nariz; mais à direita da composição, destaca-se uma espiral sobre uma grande área de texturas circulares e, abaixo dela, em tons claros, há mãos que torcem um pano sobre uma bacia; à direita e no alto, ao lado da espiral, sobre um papel estreito, uma pequena faca.
Vir a céu, 2016
(detalhe)
Em uma fotografia, retangular de orientação vertical, um papel, cor clara; e abaixo de uma faixa de sombra, feita sobre ele por uma luz quente e fraca, há uma sequência de desenhos: um par de mãos, um jarro com grafismos, uma lua crescente, uma ilha e a chuva.
la union es la fuerza, 2017
Moedas bolivianas alteradas para ler a sorte, água forte sobre metal. Dimensões variadas.
Em uma fotografia, retangular de orientação vertical, sobre um fundo cor de latão, há três moedas prateadas, destacando-se a que está mais ao centro; elas tiveram o desenho, que foi resultado de sua cunhagem, raspado, apagado.
la union es la fuerza, 2017
Moedas bolivianas alteradas para ler a sorte, água forte sobre metal. Dimensões variadas.
No centro de uma fotografia, retangular de orientação vertical, destacando-se de um fundo escuro, uma moeda polida, prateada, com um pequeno par de mãos gravado no centro, na margem, acima, lê-se la union es la fuerza e, abaixo, 2010.
la union es la fuerza, 2017
Moedas bolivianas alteradas para ler a sorte, água forte sobre metal. Dimensões variadas.
No centro de uma fotografia, retangular de orientação vertical, sobre os dedos de uma mão, uma moeda polida, prateada, com um pequeno jarro com grafismos gravado no centro, na margem, acima, lê-se la union es la fuerza e, abaixo, 1995.
la union es la fuerza, 2017
Moedas bolivianas alteradas para ler a sorte, água forte sobre metal. Dimensões variadas.
Uma fotografia, retangular de orientação vertical, em que o enquadramento revela, à esquerda, um braço com tatuagens e pulseiras cuja mão está colando um pequeno lambe-lambe sobre uma parede com rachaduras, linhas de picho preto e a mancha dos escorridos de cola, que deixam sua cor clara acinzentada. O lambe é branco com inscrições em preto e destaca-se acima da mão a palavra onde. Ao lado, outro lambe-lambe com fundo preto e a inscrição ninguém governa o gozo da alma em letras de forma maiúsculas, cor branca.
"ninguém governa o gozo da alma" e "onde o coração é livre sem medo", 2018
Lambe-lambe. Xerox. 29,7x42cm.
Uma fotografia, retangular de orientação vertical, cujo enquadramento revela, à direita, uma mão, com pulseiras, no gesto rápido de passar cola sobre um lambe-lambe com a inscrição ninguém governa o gozo da alma em letras de forma maiúsculas, cor branca, sobre fundo preto, composto pelas texturas de finos traços. Ao fundo uma parede com linhas de picho preto e a mancha dos escorridos de cola, que deixam sua cor clara acinzentada.
"ninguém governa o gozo da alma", 2018
Lambe-lambe. Xerox. 29,7x42cm.
Sobre fundo branco, traçados em linhas cor azul, os contornos de uma mão espalmada e sobre ela as duas últimas palavras da inscrição: criando eu procuro, manuscritas em letras de forma maiúsculas.
Criando eu procuro, 2021
Impressão em carbono sobre papel. 21x29,7cm
Sobre fundo branco, acima, uma inscrição: e encontro na minha mão, manuscritas em letras de forma maiúsculas, e, abaixo, um punho fechado, de frente, com unhas azuis.
Criando eu procuro, 2021
Impressão em carbono sobre papel. 21x29,7cm
Sobre fundo branco, acima e à esquerda, traçada em linhas cor azul, a inscrição manuscrita em letras de forma maiúsculas o que do meu pai, e, abaixo, um punho fechado, do qual se vê a apenas a unha do polegar, que é azul, e sobre ele o desenho de uma estrela cadente.
Criando eu procuro, 2021
Impressão em carbono sobre papel. 21x29,7cm
Sobre fundo branco, o dorso de uma mão aberta, com unhas azuis, a mesma estrela sobre ela e a inscrição, que se inicia sobre a mão e avança para além dos seus contornos, continua vivo em mim, também manuscrita em letras de forma maiúsculas.
Criando eu procuro, 2021
Impressão em carbono sobre papel. 21x29,7cm
Sobre tecido branco retangular, de orientação vertical, estão bordadas: a inscrição aprender a ser céu em linha azul, com letra de forma maiúscula e, acima, se alinhando horizontalmente, cinco pequenas estrelas amarelas; abaixo e ao centro, um pequeno sol, ladeado por duas estrelas compostas por pequenas linhas radiais. Toda composição é margeada por pontos feitos em uma linha em degradê que vai do amarelo claro ao amarelo ouro.
"Aprender a ser céu", 2021
Bordado em algodão cru. 15x21cm.
Sobre tecido branco retangular, de orientação vertical, estão bordadas a inscrição: onde o coração é livre e sem medo em linha azul, com letra de forma maiúscula e, acima, uma estrela de treze pontas, cor azul, com uma cauda amarela que, em linha curva, ladeia o texto pela lateral à esquerda; espalham-se, pelo restante do tecido, estrelas compostas por linhas radiais, cor azul.
"onde o coração é livre sem medo", 2021
Bordado em algodão cru. 21x29,7cm.
Sobre fundo quadrado, cor creme, no centro e acima, uma estrela de quatorze pontas, cor vermelha escarlate; acompanhando sua circunferência, abaixo, as inscrições em letra de forma maiúscula: eu criador, mais à esquerda, eu destruidor, à direita. Abaixo em um bloco de texto alinhado pelo centro: deixar ser deixar fazer, a harmonia de um ritmo louco, aprender a inteireza da, natureza da, imaginação, flor infância
Eu criador, eu destruidor, 2020
Desenho, aquarela sobre papel. 20x20cm.
Sobre fundo claro, de proporções quadradas, há duas colunas de texto manuscrito com letra de forma maiúscula, inscrições em preto, ladeadas por desenhos. À esquerda e acima estão representados os volumes espiralados de um evento cósmico, abaixo inicia-se o texto:  Sonho. Me ergo a partir do chão. É como se estivesse acordada há dias. Olho ao redor… À direita do bloco de texto e no centro da página, destaca-se o desenho de um pequeno redemoinho, que se inicia logo acima de um par de olhos escuros. A segunda coluna de texto tem o canto superior esquerdo preto, de onde descem cinco estrelas alinhadas em uma curva delicada, logo abaixo há linhas espiraladas e o texto termina com um desenho simples das quatro fases da lua.
Sonho, 2021
Texto e desenho sobre papel. Arquivo digital (tamanho variável).
Sobre papel claro, de formato retangular e orientação horizontal, dois pares de olhos centralizados desenhados com papel carbono preto, que evidencia sua materialidade. Acima, os olhos são menores, com menos detalhes e de cor menos intensa, destacando-se os contornos e as pupilas escuras; abaixo, os olhos são maiores, com as pálpebras representadas, delicadas sombras que dão volume ao globo ocular e finas linhas que representam a lateral do nariz. No olho que está à direita e abaixo, destacam-se as linhas retas e curtas que compõem os cílios inferiores; no olho à esquerda, ressaltam-se as sombras sobre a pálpebra e, no canto inferior, próximo ao nariz, os cílios superiores e inferiores se encontram no canto do olho, à direita. Também nesses olhos, destacam-se as grandes pupilas escuras.
olhos, 2021
Desenho de diário. Impressão em carbono sobre papel. 5x10cm.
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Laura Berbert
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título

Laura Berbert é artista visual e astróloga. Graduada e mestre na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais, e especializanda em Psicologia Analítica no Instituto Junguiano de Ensino e Pesquisa, em São Paulo. Entre 2018 e 2020, atuou como arte-educadora do ensino infantil em São Paulo. Entre 2017 e 2018, participou do Grupo de Estudos de Produção em Arte Contemporânea da Escola Entrópica, no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo. Participou de algumas exposições, entre elas: Um erro inesperado aconteceu, Galeria Periscópio, Belo Horizonte - MG (2019); Biblioteca Floresta - Museu de Arte de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto (2018); 5º Prêmio EDP Energias na Arte, Instituto Tomie Ohtake, São Paulo (2016). Em 2016 participou da residência artística Lastro em campo - Travessias Ocultas, em itinerância pela Bolívia. Entre 2013 e 2016, integrou o coletivo e editora-laboratório lavoura ambulante & edições, publicando livros de artistas e outros impressos autorais, além de desenvolver projetos de artes gráficas e encadernação manual.

Proposta de criação

exercícios com o tempo
processo de criação, desenho de projeto, a experiência de tempo no processo de criação

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Publicado em 16 de junho de 2022

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