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gabriel hyra

O lugar é o agora, o tempo, além.

por Dani Maura

Um corpo como um campo imantado que altera a frequência/consciência de suas partes e de suas conexões. A matéria que está à sua volta a ele se agrega, compõe-no, torna-o outro. Esse adensamento de cores e materiais se expande, explode e, assim, esse corpo se faz e desfaz.

Esse corporal e incorporal invade a linguagem, esse outro âmbito, e a transforma em experiência.

A coexistência dessas e de outras instâncias: o dentro, a pele, os pelos, as viscosidades, os interstícios, as estruturas, os esqueletos (por onde a água se desloca, como repositório de memória ancestral) se manifestando também nas relações sociais, políticas, projetando-se em busca de diálogos na história.

Um diagrama animado de fluxos e relações, que acolhe e abandona as matérias, criando sentido para o discurso, que em si não é fixo. Pois assim como o corpo, ele dissolve e coagula, transmutando-se. O que acontece não visa duplicar uma realidade, deseja criar maneiras.

O rosto se apaga para se tornar acontecimento. As vestimentas transformam o movimento do corpo. O encontro entre corpos revela as linhas de força das misturas.

As linguagens acontecem em sua multiplicidade: notas, esboços, tridimensionalidades, performances que voltam ao plano bidimensional. Cada linguagem invocando suas materialidades, espaços, tempos e movimentos. Cem vezes cem.

Em algum ponto emerge uma confusão, que destrói desde dentro as imposições sobre o corpo, a linguagem, o pensamento e o desejo.

Eu poderia tentar responder a essa pergunta, mas prefiro deixar como um convite à resposta: o que isso tem a ver com amor?

práticas de travessia

por gabriel hyra


esta é uma série de joias contemporâneas, que se articula em torno das tecnologias vestíveis que usamos para nos incorporar de nós mesmos. e representar memórias, marcos e experiências significativas que nos compõem. sua narrativa conta como opero minha jornada sexo-dissidente neste momento histórico da América Latina. e como essa dissidência sexual revela seus poderes transformadores e a abertura às multiplicidades dos modos de ser e estar no mundo.

Sobre fundo infinito branco, a vista lateral de um anel de ferro oxidado, com topo quadrado e sobre ele um pequeno canhão de latão com a boca destruída. Na sequência, a vista superior do anel mostra o pequeno canhão de latão com a boca destruída e uma das rodas quebrada, solta sobre a base de ferro. Por fim, a vista lateral do mesmo anel, mas ele está encaixado no vazio de um antigo flange de ferro oxidado, demonstrando sua origem material. O flange se projeta para o alto, envolvendo o anel em seu círculo.
práticas de travessia, 2020
multimídia
Sobre fundo infinito branco, um par de brincos constituído por chapa metálica com pintura por oxidação de silhuetas de figuras humanas. Na sequência, uma pequena trama de barbante azul, com grafismo cor branca e fina linha vermelha costurando as margens da trama. A borda da trama é constituída pelas texturas dos finos fios que constituem o barbante, sendo que na base há inúmeras pontas dos próprios fios. Por fim, o par de brincos, revelando apenas seu topo, encontra-se envelopado pela trama de barbante azul.
práticas de travessia, 2020
multimídia
Sobre fundo infinito branco, um broche com gancho grande e irregular, cor dourada, que se prende a uma faixa, cor marrom, que por sua vez sustenta uma grade, cor dourada, formada por uma trama aberta flexível. No encontro dos eixos da trama há pequenas esculturas de metal dourado fundido, que mantêm a natureza líquida do metal ainda derretido e que sugerem o desenho de letras.
práticas de travessia, 2020
multimídia
Sobre fundo infinito branco, um colar constituído por cápsulas de plástico transparente, que evidenciam serem constituídas de duas partes pela presença de uma rebarba de material derretido. Cada cápsula contém diferentes peças dentro, que integram fragmentos de materiais cor rosa queimado e dourado. O pingente parte de um centro, cor dourada, de forma irregular, e dentro dele há uma pequena chapa da mesma cor e na sua cápsula, também feita de plástico transparente, há um orifício. Cada parte se liga à outra por finos elos dourados e o fecho é em T, com acabamento rústico.
práticas de travessia, 2020
multimídia
Sobre fundo infinito branco, duas estruturas similares, cada uma, guardando singularidades, composta por um elo estendido de forma orgânica e que tem, abaixo, uma configuração estelar. No centro dessa área há um olho de metal fundido, cor dourada, que mantém a natureza líquida do metal ainda derretido.
práticas de travessia, 2020
multimídia
Sobre fundo branco, desenhos de formas e linhas, cor azul, dispostos em uma composição de quatro linhas. Algumas formas remetem a silhuetas de corpos, enquanto outras se assemelham a pequenas plantas, e algumas sugerem letras. Cada uma revela o uso de pigmento diluído que se concentra em diferentes pontos de uma mesma forma, sendo que nas formas localizadas nas duas linhas superiores a cor azul é mais escura.
práticas de travessia, 2020
multimídia
Sobre fundo branco, desenhos de formas e linhas, cor azul, dispostos em uma composição de seis linhas. As formas são compostas por curvas, pontos e pequenos fragmentos, sendo que algumas sugerem letras. Elas revelam o uso de pigmento diluído, que se concentra em diferentes pontos de uma mesma forma.
práticas de travessia, 2020
multimídia

para que uns entrem dentro das geografias uns dos outros, 2021

por gabriel hyra


convites, limites, terrenos hostis e planícies, para que uns entrem dentro das geografias uns dos outros, performa um ensaio sobre as experiências transformadoras e revolucionárias da intimidade, remodeladas pela pandemia.

Sobre fundo infinito branco, um colar feito de elos plásticos transparentes, que se sobrepõem em duas camadas, sendo que os elos transversais são mais escuros, queimados. Acima, nas laterais, há uma pequena cápsula plástica de cada lado, a da esquerda contém um líquido avermelhado e a da direita, um líquido azul. Elas se conectam por estreitas mangueiras plásticas transparentes, que contêm gotas dos líquidos coloridos, ao pingente que está no centro e abaixo, que também é uma cápsula transparente, porém um pouco maior. Conectando as partes, em cada uma das laterais, há um dosador de plástico preto que permite misturar os líquidos por um sistema de gravidade.
para que uns entrem dentro das geografias uns dos outros, 2021
multimídia: foto performance e objeto vestível
Uma pessoa de pele clara com os olhos encobertos e planificados, e sobre essa mesma camada, da cor de sua pele, há, de cada lado, pequenas esculturas de olhos metálicos, feitos de latão fundido. Seus cabelos estão presos para trás, usa um piercing dourado, achatado e de acabamento rústico no lábio inferior, e outros dois mais compridos na lateral de cada narina. Nas orelhas, usa brincos que são cápsulas plásticas, sendo que a da esquerda contém um líquido azul e a da direita, um líquido vermelho. Os brincos se conectam por estreitas mangueiras transparentes a um pingente, esférico e transparente, que é contido por uma pequena grade, cor escura, que se encontra no centro de seu peito nu. O colar, que sustenta o pingente, é feito de elos plásticos transparentes, que se sobrepõem em duas camadas, sendo que os elos transversais são mais escuros, queimados. A figura toca o colar com as mãos em cada uma das laterais do peito. A sequência exibe três fotos, que evidenciam o movimento dos líquidos das orelhas para o centro do peito.
para que uns entrem dentro das geografias uns dos outros, 2021
multimídia: foto performance e objeto vestível

bússola vital

por gabriel hyra


o embate diante de nós é um embate de formas de vida. no interior das formas de vida, a sustentabilidade da vida com as relações de desejo, trabalho e linguagem. essas forças têm capacidades iguais de desestabilização e criação política, estética, ética e poética. identidade aqui não existe de maneira estável. intensificar as crises da autodefinição é liberar nossas possibilidades do interior das formas de vida.

Bússola vital é uma série de cinco experimentos em arte vestível e joalheria contemporânea, com plástico, silicone e latão, cujos resultados estéticos advêm do meu corpo, em suma, indefinível, mas bixa, brasileira e não binária, em intimidade com a matéria. Um corpo na experiência de multiplicidade dos modos de ser e estar no mundo, em atrito com a gramática colonial brasileira e seu projeto de sufocamento dessas possibilidades. Aqui, a arte é entendida ao mesmo tempo como esporte de combate na disputa da autonomia das narrativas latino- americanas, e como possibilidade de trocas vitais com quem vibra num projeto de liberação das forças singulares da América Latina. Essa luta é um projeto de futuro radicalmente diverso, sustentável e coletivo, contra a distopia de futuro capitalista neoliberal. O embate diante de nós é um embate de formas de vida. No interior das formas de vida está a bússola vital, que é a ética da sustentabilidade da vida com as relações de desejo, trabalho e linguagem. Essas forças têm capacidades iguais de desestabilização e criação de multiplicidades éticas, políticas e estéticas. Identidade aqui não existe de maneira estável. Intensificar as crises da autodefinição é liberar nossas possibilidades de viver. A joalheria, nesse sentido, é uma forma de expansão do corpo, que cria novas conexões e colocam em velocidade esse corpo múltiplo na rota de colisão com tudo que deve ser destruído. Não pretendo explicar a visualidade ou materialidade das joias, pois acredito que essas duas coisas são um texto a parte que não precisa de literatura. Elas se traduzem de maneiras singulares na vista de quem está vendo. Pretendo ser cacofônico e colapsar as traduções de entendimento para nos comunicarmos pelo que vibra, e não pelo que fala.

Uma figura com o rosto, laterais da cabeça e mãos cobertos por um pigmento branco, que apresenta uma textura irregular, revelando em alguns pontos o tom claro de sua pele. O cabelo é escuro, concentrado apenas no topo da cabeça e se incorpora ao fundo preto. A cabeça e a mão esquerda se projetam para a frente, enquanto o corpo em uma leve torção esconde o braço direito, do qual revela-se apenas a mão na altura da cintura. A roupa é de látex: um top de um ombro só, liso no peito e ombro e com uma textura de bolhas na altura do estômago. Atextura do látex contrasta com os pelos do corpo. A parte de baixo é feita de uma trama de tiras de látex com as várias pontas que se evidenciam nas bordas. Destacam-se os olhos com grosso contorno preto, em seu pescoço um colar e na mão esquerda um objeto composto por linhas de configuração estelar, também pretos. Os elos do colar, ao mesmo tempo que se entrelaçam, projetam pontas para o espaço. Abaixo há um pingente constituído por uma cápsula elíptica de onde parte quatro eixos em X que terminam em uma pequena valva. Uma mangueira plástica transparente contendo um líquido azul perpassa o interior dos elos, como uma medula.
bússola vital, 2021
multimídia
Sobre uma superfície branca de fundo infinito há um colar, composto por elos de plástico, queimado, escuro, que ao mesmo tempo que se entrelaçam projetam pontas para o espaço. À frente há um pingente constituído por uma cápsula elíptica, de onde parte quatro eixos em X que terminam em uma pequena valva. Uma mangueira plástica transparente contendo um líquido azul perpassa o interior dos elos, como uma medula.
bússola vital, 2021
multimídia
Sobre fundo infinito cinco peças escultóricas dispostas lado a lado, com pequenas variações do ângulo de visão. Estruturadas por eixos de plástico escurecido, queimado, elas revelam irregularidades e torções; possuem uma ponta para o alto, que tem na base uma superfície oval, cor amarelo Nápoles, feita em material opaco. Por trás e abaixo, uma estrutura cilíndrica que prolonga para baixo três eixos, sendo o central mais longo e dele parte uma mangueira de plástico transparente, que contém um líquido cor azul, que se projeta em curva sobre a própria peça, se reconectando.
bússola vital, 2021
multimídia
Uma mão direita, coberta por pigmento branco que apresenta uma textura irregular, revelando em alguns pontos o tom claro da pele, se apoia sobre uma nádega nua, do mesmo lado. Cada dedo da mão veste uma pequena escultura estruturada por eixos de plástico escurecido, queimado, elas revelam irregularidades e torções; cada uma possui uma ponta que amplia a extensão do dedo, e tem, na base, intermediando o toque, uma superfície oval, cor amarelo Nápoles, feita em material opaco. Encaixando em cada dedo há uma estrutura cilíndrica que prolonga em direção a palma três eixos, sendo o central, que corre sobre o dorso da mão, mais longo, e dele parte uma mangueira de plástico transparente, que contém um líquido cor azul, que se projeta em curva sobre a própria peça, reconectando-se à ponta do dedo. Há uma fina tira de látex que contorna as nádegas, na cintura se destaca uma faixa vermelha, e um fragmento do dorso revela uma fina camada de látex com textura de bolhas.
bússola vital, 2021
multimídia

rosto buncker

por gabriel hyra


modos de ser e estar; descobertos pela reconfiguração do corpo através da performance. liberar o corpo em suas liberdades e singularidades desviantes.

À direita, flores de tecido e um tecido cor rosa, que envolve uma cabeça cujo rosto está de perfil, coberto por flores, com olhos fechados e com um pequeno e fino braço de boneca de plástico saindo de cada narina. O pequeno tronco de uma magra boneca de plástico repousa sobre a lateral do colo. Diante do rosto e à nossa direita há um segundo rosto que está bem próximo, em um movimento de suspensão de um beijo. Sobre os olhos há finas pétalas, em degradê do branco ao rosa, que recobrem a pálpebra superior. A pele está coberta de pigmento branco, com toques de rosa neon; pétalas amarelas cobrem a bochecha, e no canto do nariz há uma pequena flor, cor rosa. Da lateral do rosto estendem-se, para a direita, folhas de papel de seda com marcas de amassado, cor rosa intenso, e sobre elas há uma pequena palmeira de plástico, com tronco e base marrons e folhagem verde clara. Do alto do enquadramento da fotografia, pende uma linha fina que sustenta um boneco de plástico, cor marrom claro, na altura do queixo, à direita e abaixo há uma pequena área com um tule, cor verde neon, que cobre o fragmento de colo da figura.
rosto buncker, 2018
gabriel hyra e anna lima. Foto performance. Materiais diversos. Arquivo digital
Sobre um fundo preto, à direita, uma pessoa segura na altura do ombro hastes de flores de tecido, cor rosa, enquanto um tecido da mesma cor envolve sua cabeça. Seu rosto está coberto por flores, cor rosa, há um pequeno e fino braço de boneca de plástico saindo de cada narina, uma grande flor na testa, cor branca rosada, que tem em seu centro um tronco de uma boneca de plástico. Três pernas de boneca saem da sombra de seu colo em direção ao seio esquerdo, que está nu e tem uma flor, cor rosa e amarela, sobre o mamilo, o outro seio é maior, tem uma flor também maior sobre o mamilo e há uma pétala sobre o colo. Veste uma meia de tela, cor rosa neon, cujo acabamento desenha uma linha em sua barriga. Ao lado dela, há outra pessoa encostada, dirigindo o corpo em oposição, para a direita, mas encarando o espectador. Veste no braço direito uma tela de tecido cor verde neon, cobre os ombros e peito com camadas de tule da mesma cor; tem o cabelo loiro e curto. Sobre os olhos, finas pétalas, em degradê do branco ao rosa intenso, recobrem a pálpebra superior; a pele está coberta de pigmento branco, com toques de rosa, laranja e verde neon; pétalas amarelas lhe cobrem a bochecha, e nos cantos do nariz há uma flor, cor rosa; da lateral do rosto estendem-se para a direita folhas de papel de seda com marcas de amassado, cor rosa intenso, e sobre elas há uma pequena palmeira de plástico, com tronco e base marrons e folhagem verde clara. Possui uma flor verde clara com múltiplas pétalas na testa, e de sua base parte, para a esquerda, um pequeno e fino braço de boneca de plástico. A sua mão esquerda aparece ao fundo, na sombra, curvada para baixo de maneira delicada; a barriga é coberta por uma meia de tela, cor verde neon.
rosto buncker, 2018
gabriel hyra e anna lima. Foto performance. Materiais diversos. Arquivo digital
Uma flor verde clara com múltiplas pétalas, no alto e ao centro; de sua base, partem para cada uma das laterais dois pequenos e finos braços de boneca de plástico; logo abaixo de cada braço, uma fileira de delicadas pétalas, com degradê do branco ao rosa intenso, cobrem as pálpebras superiores de dois olhos. A pele da figura é coberta por pigmento branco com pontos de rosa na testa, no canto do olho esquerdo e no queixo. Destacam-se outras cores, como verde na testa à esquerda, no canto interno do olho esquerdo, no canto externo do olho direito e no queixo, há ainda pigmento laranja acima do nariz, à esquerda, no alto da testa à direita e abaixo da boca, também à direita. A boca tem a cor vermelha intensa, no centro dos lábios; o pigmento se deposita sobre a barba. O cabelo, pouco revelado pelo enquadramento no topo da fotografia, é cacheado e loiro, de suas raízes nas laterais pendem, de cada lado, um barbante que sustenta um pequeno boneco de plástico, cor marrom claro, na altura do queixo. Do centro dos cílios superiores pendem, até as bochechas, estreitos tufos de cabelos loiros, presos por um laço de barbante fino e claro. Sobre cada uma das bochechas há pétalas de tecido amarelas, e sobre elas e nas laterais do nariz uma flor de tecido, cor rosa. Folhas de papel de seda com marcas de amassado, cor rosa intenso, parecem estender a forma do rosto para as laterais; na altura das maçãs do rosto há, em cada lateral, pequenas palmeiras de plástico, com tronco e base marrons e folhagem verde clara.
rosto buncker, 2018
gabriel hyra e anna lima. Foto performance. Materiais diversos. Arquivo digital
À direita, uma pessoa segura flores de tecido, cor rosa, e um tecido da mesma cor envolve sua cabeça; seu rosto está de meio perfil, coberto por flores com um pequeno e fino braço de boneca de plástico saindo de cada narina; uma grande flor na testa, cor branca rosada, que tem em seu centro um tronco de uma boneca de plástico; três pernas de boneca saem da sombra de seu colo em direção ao seio, que está nu, onde repousam duas pétalas, cor rosa. Sua mão esquerda veste uma bota de salto fino, cor rosa neon, que lhe encobre o braço; o bico se volta para a própria face, enquanto outra pessoa, que está à sua frente e à direita do espectador, segura o sapato e dirige sua boca entreaberta em direção ao salto. Ela, por sua vez, mostra o rosto de perfil, veste na mão e braço esquerdo uma tela de tecido cor verde neon, cobre o colo e parte de trás da cabeça com camadas de tule da mesma cor; tem o cabelo loiro e curto, e sobre os olhos finas pétalas, em degradê do branco ao rosa intenso, recobrem a pálpebra superior. A pele está coberta de pigmento branco com toques de rosa laranja e verde neon; pétalas amarelas lhe cobrem a bochecha; da lateral do rosto estendem- se para a direita folhas de papel de seda com marcas de amassado, cor rosa intenso, e sobre elas há uma pequena palmeira de plástico, com tronco e base marrons e folhagem verde clara. Possui uma flor verde clara com múltiplas pétalas na testa, de sua base parte um pequeno e fino braço de boneca de plástico, enquanto da raiz do cabelo pende uma linha fina que sustenta um boneco de plástico, cor marrom claro, na altura do queixo.
rosto buncker, 2018
gabriel hyra e anna lima. Foto performance. Materiais diversos. Arquivo digital
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gabriel hyra
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título

Meu nome é Gabriel Hyra, sou um jovem artista visual, escritora brasileira e joalheira, bixa e não binária, que trabalha e se interessa por questões dissidentes sexuais e desobedientes de gênero. E por poéticas e políticas disruptivas do antropocêno capitalista contemporâneo Minha pesquisa se concentra nas práticas de afirmação da diferença e das múltiplas formas de viver em face às identidades e sujeições hegemônicas nas suas lógica de Dominação . Atualmente concentro meus esforços sobre a escrita, as artes ( em especial as que envolvem o corpo ) e a joalheria contemporânea por ser um campo pouco explorado artisticamente no Brasil. Pesquiso a desobediência das coisas totalitárias. uso da afirmação da diferença para multiplicar os modos de existência e contestar a distopia capitalista que opera a Dinâmica política latino-americana.

Proposta de criação

o corpo e as matérias
matérias, objetos cotidianos, movimento do corpo, linguagens, relações, performance, escrita

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Publicado em 02 de junho de 2022

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