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Daniel Herthel

Dani,

por Dani Maura

Só outro dia, em uma conversa com um interlocutor que não me conhecia, me dei conta de que costumo usar muito a palavra “diversão”; percebi no rosto dele um estranhamento, pois provavelmente entendia diversão como distração, entretenimento. Comecei a refletir sobre o uso que faço dessa palavra e, para mim, ela tem o sentido de gerar vontade de criar, de fortalecer o que entendo como força de vida. Quando me divirto, não me sinto em fuga, me percebo em um estado de intensidade, de criação. Conversar com você me fez refletir sobre como se diverte, não só realizando seus processos, mas também compartilhando-os, isso irradia, né? E pensando “será que estou inventando um sentido nada a ver para essa palavra?”, fui pesquisar sua origem e encontrei “divergência”, “separação múltipla” e “virar”. Aprender não é uma maneira de ser sempre diferente? O que me leva também para outra força: o movimento, que pode ser tácito, como aquele que fica gravado nos veios da madeira, de nutrição de si mesmo no tempo e em relação com o entorno; pode ser o movimento das plantas, na ligação entre céu e terra, que produz alimento na interação entre solo e sol. Penso que se o reino vegetal fosse um elemento plástico, ele seria a linha, até mesmo pela maneira em que revela e registra os acontecimentos. Faz uns sete anos que anoto e reflito sobre maneiras que possam indicar uma espécie de inteligência; e perceber que tudo que se observa e se relaciona está em fluxo é uma delas – que acabei de reconhecer a partir de nossas conversas. O funcionamento das coisas parece lhe interessar mais que sua função, talvez porque não é o objetivo, a meta, que criam realidades, mas sim as maneiras. O próprio processo se desdobra em sucessões e combinatórias. Se eu pudesse faria desse texto um diagrama animado, que agora me apontaria dois caminhos simultâneos: a relação com a matéria e o que costumo chamar de jogos de escala, que dizem do modo como a essência de uma questão do processo criativo se desdobra em diferentes escalas, sejam elas físicas ou de contextos. Sem dúvida, as sucessões e combinatórias são resultado dos diálogos com a matéria, que lhe parece ser o caminho para chegar ao conceito. Pode ser que esteja fazendo uma projeção de mim mesmo, pois costumo dizer que penso com as mãos, mas percebo em sua produção a pele, as mãos, a transmutação das matérias como possibilidades, modos de fazer que instauram conceitos, como possibilidades de redesenho de si mesmo. E essas várias instâncias me levam para os jogos de escala, que mencionei há pouco. Você me disse “da mesa de trabalho como um mundo”: a pele da madeira, os modos de manuseá-la, as ferramentas, o próprio mobiliário, a relação dos objetos no espaço e no tempo, os objetos que se cria, os encontros que eles proporcionam em seus modos. Provavelmente, enquanto escrevo isso, você está com a oficina em movimento, com um bando de coisas orbitando em seu entorno, termino por agora dizendo: também o mundo como mesa de trabalho.

Um desenho feito de linhas pretas sobre fundo branco. No centro, representada com hachuras, há uma maria fumaça, de onde partem, para o alto e para a direita, grafismos diversos: linhas retas entrecruzadas, espirais, letras, linhas curvas. À esquerda, próximo à base, está suspensa uma hélice que, por estar ligada a uma série de rodas dentadas e polias, iça um balde. Terminando em uma janela com vários vidros, uma escadaria instaura uma linha diagonal, da esquerda para o centro; sobre ela há três diferentes lâmpadas. Na parede sobre as lâmpadas, uma chave para dar corda a um mecanismo e também uma válvula de pressão com mostradores, que tem uma manivela e os vapores formados por várias letras S. No centro, ao alto, uma sequência de ganchos de metal se projeta para o fundo. À direita, uma bicicleta, feita em linhas finas e com rodas quadradas, projeta sua corrente sobre uma das espirais que partem da maria fumaça. Mais à direita, uma outra bicicleta tem a roda distante do quadro, presa por correias em outras rodas que a conectam a um mecanismo; o garfo da bicicleta também está afixado acima dessa mesma estrutura, em que também se encontra um ventilador, que se direciona para toda a cena, que está abaixo e à esquerda. E abaixo da estrutura há uma prateleira que sustenta uma cúpula de vidro, que tem em seu interior um sinal gráfico que se assemelha à letra n invertida.

Sem Título, 2005 Nanquim sobre papel. 60 x 40 cm
Um desenho de linhas pretas sobre fundo branco que representa uma estrutura de andaime. A uma certa altura, a estrutura contém uma escadaria de dois pisos, que parte da direita em diagonal para o alto, representada por meio de hachuras, o que indica um material maciço. Um terceiro lance se projeta, com cinco degraus, para fora do andaime e para o alto. Na altura em que a escadaria alcança o segundo patamar, as linhas do corrimão que se soldam ao andaime são representadas por múltiplos traços. Há escadas simples representadas junto às estruturas de andaimes, que por vezes apontam para o alto e em outros momentos assumem direções diagonais, como se fossem projetos para outras escadarias. É possível percorrer do primeiro patamar para o segundo subindo por uma delas, sem ziguezaguear pela escadaria. Atrás, em linhas mais finas, está representada uma segunda estrutura, com altas linhas como base; nela se destaca uma escada simples, que se projeta para o vazio que há embaixo, subindo de volta para o andaime, em um desenho em v.

Sem Título, 2005 Nanquim sobre papel. 60 x 40 cm
Linhas pretas de arame soldado compõem estruturas tridimensionais, que desenham no espaço de um fundo infinito branco. A configuração das estruturas se assemelha às linhas de contorno de estreitas e altas cadeiras, sendo que as alturas, do que corresponde aos assentos, encostos e estrutura de reforço das pernas, variam, criando diferentes ritmos visuais. As peças estão alinhadas no espaço, sendo que as duas primeiras se direcionam para à direita, com a segunda um pouco mais alta e levemente inclinada para a esquerda; a terceira, que está de frente, possui dois círculos como que apoiados nas laterais de sua base; entre a quarta e a oitava, é retomada a configuração das primeiras, alterando-se as alturas das linhas horizontais e, portanto, o ritmo visual. A nona estrutura se destaca por inclinar-se para a direita, projetando-se sobre a próxima peça. Os três próximos elementos retomam a configuração inicial. O décimo terceiro elemento difere-se dos demais, tendo um único eixo como base e, na ponta, uma configuração que se assemelha a um batedor de batedeira. As próximas duas estruturas retomam a configuração mais geral, sendo que a décima quarta se inclina sobre a seguinte. A estrutura que finaliza a sequência é formada por duas longas hastes retas que se cruzam, a que aponta para a sequência de peças que lhe antecede possui na extremidade, ao alto, uma configuração que se assemelha aos contornos de uma antena parabólica, enquanto a outra, que se inclina para a direita, termina, no alto, em uma pequena espiral.
Da série Desenhos Funcionais, 2006
Arame recozido soldado. 100x40x4cm
Em um enquadramento de cima para baixo, vemos a mesma sequência de esculturas da série Desenhos Funcionais. Linhas pretas de arame soldado compõem estruturas tridimensionais que desenham sobre o espaço de um fundo infinito branco. Elas se enfileiram formando uma diagonal que se inicia na margem inferior direita e segue até o canto superior esquerdo. A estrutura que inicia a sequência é formada por duas longas hastes retas, que se cruzam: a que aponta para fora do enquadramento termina, no alto, em uma pequena espiral e a outra, que se inclina para a sequência de peças, que lhe antecede, possui na ponta uma configuração que se assemelha aos desenhos de contorno de uma antena parabólica. A estrutura das duas próximas peças se assemelha às linhas de contorno de um desenho de altas cadeiras, sendo que as alturas, do que corresponde aos assentos, encostos e estrutura de reforço das pernas, variam criando diferentes ritmos visuais. Na sequência, um elemento difere-se dos demais, tendo um único eixo como base e com um desenho na ponta que se assemelha a um batedor de batedeira. Das peças seguintes enquadram-se apenas as bases que configuram as linhas de contornos de altos paralelepípedos, com pés retos.
Da série Desenhos Funcionais, 2005
Arame recozido soldado. 100x40x4cm
Um quadro de marchetaria em madeira, de formato quase quadrado. Há uma pequena moldura com cantos levemente arredondados e cor dourada de tom médio. A composição é abstrata, feita de muitas partes, com predominância de formas retangulares, destacando-se o espaço de encaixe entre as partes que revela irregularidades da madeira. À esquerda, no alto, uma área maior, quadrada, que se projeta para baixo, em uma faixa, à direita, com matiz alaranjado; abaixo dois fragmentos estreitos de tom claro, sendo o de cima tingido com pigmento azul e o outro um longo retângulo, com orientação vertical, cor marrom claro, com um corte diagonal no centro e, finalizando esta parte, um estreito triângulo, marrom escuro. Acima e à direita, um fragmento comprido, disposto horizontalmente, de cor clara e com veios bem marcados. Abaixo, duas peças retangulares, nas proporções de tacos de madeira, com orientação horizontal, cor clara, a de cima está tingida de azul claro em uma área à direita e a de baixo, à esquerda. No centro se destaca um fragmento, retangular, disposto horizontalmente, cor marrom escuro, abaixo dele parecem se empilhar diversos fragmentos compridos e estreitos, em cores claras, com bastante textura; à direita há uma peça de bordas retas irregulares, de base cor clara, que se destaca por estar tingida de azul. A parte de baixo possui vários fragmentos em tons amarelados, destacando-se um trapézio, cor marrom escuro e levemente azulado, no centro e à direita.
Gibi, 2018
Marchetaria, 25x20x4cm.
Um quadro de marchetaria em madeira, de formato quadrado, cantos levemente arredondados, que representa uma espécie de teclado sintetizador analógico. Há vários tons de madeira: claro, médio, avermelhado e marrom escuro, sendo que o tipo de textura e o sentido dos veios também contribuem com as relações de tons. Na linha inferior, uma sequência de teclas: as grandes amareladas, com reflexo perolado, e as menores, cor marrom escura. Nos vários controles e botões do sintetizador estão gravadas duplas de palavras que representam valores opostos, como abundante e escasso, enérgico e inerte, sagrado e profano, evidente e provável.
Marco Antônio Guimarães, 2020
Marchetaria e corte laser sobre compensado naval. 50x50cm.
Um quadro de marchetaria em madeira, de formato quadrado, que representa um cômodo com instrumentos musicais. Há uma moldura preta e dentro uma moldura em madeira avermelhada, que adentra acima da imagem, representando também o teto, em perspectiva. O chão é feito em madeira de tom semelhante, porém composto por faixas como as de um assoalho, que se projetam para o fundo da imagem, assim como os veios da madeira, que reforçam a ideia de profundidade. Sobre a parede à direita e ao fundo estão representadas montanhas e um céu, nas cores verde e azul claro, respectivamente; a natureza da cor se assemelha à técnica da aquarela. Pendendo por um fio preto do centro do teto, destaca-se também a cor amarela de uma lâmpada. À direita, uma parede de duas cores: uma faixa azul acinzentada na base e o resto em branco e creme, com manchas representando uma aparência envelhecida; no centro desta parede, um quadro retangular de orientação vertical, moldura em madeira, cor clara, e dentro dele pequenos botões e mecanismos, nas cores preto, vermelho e madeira clara. No chão e apoiada na parede à direita, uma espécie de cítara. À esquerda, um paralelepípedo, alto, com base e estruturas em madeira clara, no centro, pranchas em madeira, do mesmo tom, o interseccionam, há reforços, cor preta, na estrutura; um tubo branco parte da base até o centro; o topo é de madeira avermelhada e tem em cima um objeto cilíndrico e rotundo. Na parte esquerda inferior, um arco usado para tocar instrumento de corda marca uma linha diagonal, cor preta e madeira clara. No centro, uma cítara, de corpo cor de madeira clara e braço avermelhado, se apoia em outra peça, de tamanho médio: um cubo, cujas laterais intercalam os tons claro e avermelhado de madeira, com pernas altas e estreitas, de onde partem tubos flexíveis cor cinza, que se conectam  a tubos brancos, retos, que estão alinhados logo atrás. À direita e atrás, um banco, cor clara, com um garfo e uma roda de bicicleta em cima, com tons avermelhados, e pequenas esferas amarelas nos raios. À direita, um grande cilindro, cor branca, com base e pequenos detalhes em preto, assim como um elemento que parte de seu topo e que se assemelha a um arco de pua.
Tabula Rasa, 2018
Marchetaria e corte laser sobre compensado naval. 40x40cm.
Um quadro de marchetaria em madeira, de formato quadrado, em que se intercalam, como camadas de solo, faixas que revelam cortes frontais de chapas de compensado com suas finas camadas sobrepostas e cortes transversais de uma mesma peça de pinus, colados lado a lado, trazendo uma composição simétrica com divisão central e vertical no quadro. A moldura é feita de uma madeira avermelhada, mais escura, que harmoniza com os veios do pinus que fazem desenhos de arcos.
Da série Transversos, 2016
Marchetaria. 30x30cm.
Em um espaço com chão de taco, cor clara, e paredes brancas, uma pessoa de perfil, pele clara, cabelos médios e lisos, castanhos claros; veste uma camiseta de mangas curtas cor preta. Ela está diante de uma mesa de tampo branco, que suporta uma caixa de madeira, enquanto gira com a mão direita uma pequena manivela da caixa, que tem a cor natural clara e revela, à direita e ao fundo, um mecanismo feito também em madeira que sustenta um lápis grafite, cor amarela, que parece traçar sobre um mapa, cor branca, com inscrições em linhas pretas, que está sobre uma superfície plana, à esquerda, tudo no interior da caixa. Na tampa da caixa que se sustenta aberta, traçando um plano diagonal para o alto à esquerda, há um outro lápis encaixado em uma pequena haste.
Casa-Museu, Museu-casa, 2008
Madeira, metal e papel. 16,5x60x45cm.
Uma luz quente tinge de laranja uma cena constituída em madeira: atrás, um plano inclinado com um grid quadriculado traçado, com pequenos pregos marcando os eixos; um plano à frente com três círculos e, sobre cada um deles, duas pequenas ripas que se cruzam, formando alças que permitem girá-los, sendo que da parte inferior de cada círculo parte um sistema de eixos dobráveis, cada um com uma diferente forma e funcionamento, e todos com um lápis encaixado na extremidade, apontando para baixo e traçando sobre tábuas, da esquerda para a direita: uma linha serrilhada, uma linha reta, um desenho de uma engrenagem. Há ainda recortes vazados nas tábuas: o primeiro, que se projeta um pouco à frente, tem uma forma que se assemelha à cruz de malta e a segunda, uma forma radial com pontas em diagonal.
Still da animação Casa de Máquinas, 2007
Direção de Daniel Herthel e Maria Leite. Duração: 5 minutos. Stop-motion.
Uma vista da lateral de uma mesa de madeira clara, com estrutura e acabamentos rústicos; há eixos de madeira que partem da lateral de seus pés e que projetam para o alto a mesma estrutura retangular da base e do tampo. O arranjo em cima é preso por grampos tipo c e ali estão afixados também pequenos spots de iluminação. Sobre a mesa há um anteparo que fecha o fundo e a lateral direita, no fundo ainda há uma gaveta de tipos móveis, cor cinza escuro, que armazena pequenos objetos, destacando-se também algumas ferramentas. No primeiro plano há um tripé com luz, na sequência, à direita e ao fundo, uma máquina fotográfica, sobre um tripé, enquadra o centro da cena que está sobre a bancada; ao fundo, dois outros pontos de luz sobre tripés. Vários fios dos dispositivos de iluminação desenham pelo chão, que tem um tom ocre, enquanto a parede ao fundo e o teto são brancos.

Set de animação de O Quebra Cabeças de Tarik, 2014
Uma cena de atmosfera escura se divide em duas partes: à esquerda e no fundo uma prateleira, cor cinza escura, com vários pequenos nichos, contendo pequenos objetos, abaixo dela uma pequena luminária na parede e um aparador antigo, com portas brancas e pés palito; uma boneca articulada de madeira está sentada no chão, atrás há um pilar branco. Na segunda parte, que ocupa o centro e a direita do enquadramento, há um boneco, cor clara, deitado sobre uma mesa, no centro; vemos seu rosto, que está mais alto, e ao mesmo tempo a sola de seu pé direito, enquanto a outra perna é interrompida no tornozelo, sobre ele há um objeto branco que lhe direciona um foco de luz. Há relevo e textura de ferrugem na parede ao fundo. À direita, um outro boneco está sentado sobre uma cadeira com rodas, ele está diante de uma bancada, sob um teto rebaixado, que tem um outro foco importante de luz na cena.

Set de animação de O Quebra Cabeças de Tarik, 2014
No fundo de uma sala de paredes brancas, que tem dois vitrôs basculantes na parede à direita, há uma estante encostada na parede à esquerda, suas prateleiras ficam mais largas quanto mais próximas do chão e estruturam uma escada, que permite acesso a um pequeno mezanino, que tem uma prateleira de metal baixa, cor cinza, no fundo, e um baú à direita. Embaixo do mezanino, que se assemelha a um cubo, há um colchão no chão, à direita, e uma tv ligada, em um suporte no alto, à esquerda. Na fina parede que separa o espaço restante do mezanino está apoiada uma bicicleta e pendurado um quadro. Ao lado e ao fundo há uma mesa de trabalho,  acima dela uma prateleira cheia de caixas de papelão, e ao lado, no chão, um botijão de gás. À direita, próximo à parede, há um tubo formado por uma lâmina de madeira enrolada, ao lado uma prateleira de metal, cor cinza, alta, que contém organizados caixas e tubos de materiais; ela vela o espaço atrás, revelando apenas um fragmento de um painel da parede ao fundo, que tem ferramentas penduradas.

Exposição: Lugar, 2008. Instalação com objetos pessoais do artista.
Curadoria: Fabrício Fernandino. Centro Cultural da UFMG - 2008
Uma sala comprida e estreita que termina com uma parede diagonal ao fundo, não sendo assim possível distinguir se há uma saída para aquele lado. Não há janelas, uma luz quente revela uma atmosfera densa de poeira. O chão é de cimento queimado vermelho, há uma cadeira de escritório, cor preta, com rodinhas, no centro da cena, e sobre ela alguns objetos. No primeiro plano, à esquerda e fora da área iluminada, há um gaveteiro alto de metal e sobre ele uma furadeira de bancada. Ao lado do gaveteiro, uma mesa de trabalho repleta de objetos; na parede acima dela, estendendo-se para o fundo da sala, um painel onde se encontram ferramentas e equipamentos de segurança. A parede à direita está coberta por estreitas prateleiras de madeira, que parecem conter materiais e pequenos potes plásticos; diante delas há mesas, gaveteiro e bancadas, que parecem conter trabalhos em processo e mais materiais.

Imagem da oficina, 2017
No centro, um pequeno dispositivo de muiracatiara com a forma de cubo, com três arestas arredondadas, tem no centro um olho mágico com borda dourada, acima à esquerda um botão preto e vermelho e um pequeno cordão vermelho saindo da borda esquerda superior e passando por trás. À esquerda, disposto em diagonal, um dispositivo similar, com a frente feita em roxinho e as laterais em garapa, tem no centro um olho mágico com borda dourada e à esquerda e no alto um botão preto. O terceiro e último objeto da composição é similar ao anterior, porém feito em cortes de laterais de compensado.
Câmeras Olho Mágico, 2016
Sobre uma base branca de fundo infinito, dispostos lado a lado, uma sequência de quatro piões de madeira, que se sustentam em giro, projetando suas sombras sob a base, da esquerda para à direita: o primeiro em um tom médio, levemente inclinado para à esquerda, seu volume remete ao giro de um losango, mas com contornos côncavos; o segundo objeto de tom mais claro remete ao volume do giro de meia elipse; os seguintes possuem o mesmo tom do primeiro, sendo que o terceiro é similar a uma xícara de chá, de bruços, e o último remete ao formato tradicional de uma jarra.
Piões, 2018
Um tabuleiro de xadrez ocupa quase todo o plano da fotografia, restando apenas uma pequena margem de fundo branco. Com reflexos claros e intensos, no centro, em uma diagonal que cresce da direita para a esquerda, as peças pretas: peão, cavalo, rei, rainha, bispo e torre. As casas do tabuleiro são feitas em marchetaria de imbuia e pau marfim, que estruturam desenhos a partir do sentido dos veios da madeira: um pequeno centro circular de onde crescem dois padrões, um que mantém o círculo e outro de onde crescem arestas, que remetem a um sol, ou flor. Também há, pelos tons da madeira, uma ilusão de profundidade, que insinua diferentes planos; cada casa tem as quinas arredondadas, terminando em cantoneiras de cor oposta, que no todo da composição se estabelecem como um ornamento.
Jogo de Xadrez Nonada, 2020
(detalhe)
Sobre um fundo infinito preto, disposto em diagonal, um tabuleiro de xadrez ocupa, o máximo possível, o plano da fotografia. Com reflexos claros e intensos, à esquerda, em uma diagonal, que cresce da direita para a esquerda, estão dispostas todas as peças pretas, e à direita, mais ao fundo, as peças brancas, feitas de madeira clara. As casas do tabuleiro são feitas em marchetaria de imbuia e pau marfim, que estruturam desenhos a partir do sentido dos veios da madeira: um pequeno centro circular de onde crescem dois padrões, um que mantém o círculo e outro de onde crescem arestas, que remetem a um sol, ou flor. Também há, pelos tons da madeira, uma ilusão de profundidade, que insinua diferentes planos; cada casa tem as quinas arredondadas, terminando em cantoneiras de cor oposta, que no todo da composição se estabelecem como um ornamento. Em torno do todo das casas há uma fina linha de marchetaria, que intercala listras nos tons escuro, claro e avermelhado, sendo as listras deste último tom mais largas. Uma moldura de cantos arredondados e tom médio envolve o conjunto.
Jogo de Xadrez Nonada, 2020
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Daniel Herthel
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Natural de Barbacena/MG, Daniel vive e trabalha em Belo Horizonte desde 2003 quando se mudou para estudar na Escola de Belas Artes da UFMG. Depois de uma primeira experiência nas artes visuais de 2007 a 2010, como o programa de residência Artist Links do British Council, Bolsa Pampulha e Rumos do Itaú Cultural, se dedicou até 2015 na cenografia teatral, pesquisas em eletrônica, consultoria de projetos para artistas, gênese sonora e no cinema de animação como construtor, animador e diretor de arte. Após este período percebeu que a palavra design agregou inúmeras atividades criativas e sensíveis de seu interesse e se dedicou a entender e vivenciar as feiras de design, artesanato, laboratórios de prototipagem digital e o universo do “Faça você mesmo” com um desejo de aprender novos modos de produção e criar pontes do público que frequenta todos estes ambientes com o universo das artes. Atualmente se dedica a criar um espaço de trabalho que possa criar, acolher e auxiliar na execução de projetos e pensa sobre uma primeira exposição individual.

Proposta de criação

movimento
representação do espaço, apresentação no espaço, narrativas visuais, mesa de trabalho, pequenas coleções, registros de processo

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Publicado em 07 de abril de 2022

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